Motivos para se desistir de ler um livro

em quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Todo mundo deve ter pelo menos um livro na estante que abriu apenas uma vez. Eu sempre aconselho a buscar terminar o livro, enxergar sua perspectiva e procurar absorver tudo que ele possa oferecer e que talvez estejamos nos recusando a ver. Porém, existem livros que, pasmem, não merecem sua atenção mesmo. Ainda que o autor tenha se esforçado para terminar, editar e publicar essa obra, se ela é ruim (ou péssima), você não tem a obrigação de lê-lo.
Mas como saber que não estamos desperdiçando informações? Jogando fora o pão com presunto inteiro por conta de uma mera casquinha na ponta? Passamos a identificar isso com muita leitura, aprendendo seu gênero e o respeitando em um enredo, saber dizer se aquela história de romance está indo mal ou se aquela ficção precisa colocar os pés mais no chão. A base pra tudo é a leitura.

No entaaaanto, como eu sou uma pessoa muito boazinha, vou passar uma lista de itens que te ajudarão a identificar aquele livro que não vale sua atenção. Estão prontas crianças? Então, aqui vai: Motivos para se desistir de um livro!

1. Começos entediantes

Essa situação ocorre quando as primeiras linhas do texto são recheadas de uma descrição desnecessária e em vão, de que nada vai mudar na história ou na apresentação da personagem. Geralmente estará descrevendo coisas comuns e sem referência, com abstinência de criatividade levando ao leitor ter que usar uma dose extra de paciência para começar na história. Nessa parte, pra quem não viu interesse nessa obra e tem muitas outras para começar, o resultado é esse: Ele vai pra prateleira, esperando que algum dia olhemos para ele de forma diferente.
 O conteúdo do livro reflete a reação do autor, se você estiver lendo algo chato e sem sal, provavelmente sua reação vai ser essa: 



2. Falta de Foco

Essa é complicada, mais parece um resumo do que o escritor quis dizer sobre TUDO, desde a personagem até a história delas. Apresenta grande dificuldade de interligar os fragmentos do enredo e você fica completamente perdido tentando entender o que ele quis fazer com aquilo. Por falta de conteúdo o autor prefere estender a narrativa com uma mistura palavras, emoções e histórias sem pé nem cabeça.
No começo você vai achar tão absurdo que vai pensar que é uma “pegadinha” do livro, no final tudo vai ser revelado e o livro de cinza passa a ser laranja com glitter verde! Mas não, decepcionante saber que começa assim e na grande maioria dos casos, o final é semelhante ao começo.  Afaste-se desse livro, caro leitor!
O ideal seria ele estabelecer um tempo, espaço, tema, as personagens e começar sem medo de tecer sua teia de idéias, porém sem um objetivo, o livro perde seu valor e nós perdemos a vontade de ler.

3. Uso abusivo de linguagem sofisticada

Algumas narrativas parecem mais preocupadas em exibir o vocabulário e as habilidades do escritor do que desenvolver um enredo de conteúdo interessante. Falas extremamente formais e pomposas acabam cansando a leitura, tornando-a fria e inexpressiva. O uso de linguagem sofisticada não é o problema, mas o simples fato de seu uso para impressionar o leitor ou para “encher lingüiça” na narrativa que acabam fazendo o texto perder a credibilidade. 
Quando é evidente que a linguagem não está de acordo com o gênero da história e as falas soam de forma forçada, já pode ir dizendo adeus. A capa pode ser linda, o texto bem editado e limpo, porém com o conteúdo deixando a desejar com uma linguagem completamente fora de contexto, não vale a pena tentar entender essa perspectiva.



4. Excesso de informação

A falta é um erro, mas o excesso de informação também cansa qualquer leitor recheado de boa vontade. Já cheguei a ler livros que só para falar da personalidade da personagem, foram cinco páginas inteiras. Muitas informações ali poderiam ter sido ocultadas e recebido uma edição melhor.Nesse caso, mais parece uma listagem do que é feito a personagem sem ter a devida atenção na forma de interligar essas informações. Não necessariamente o autor é obrigado a apresentar a personagem de forma tão sólida logo no começo do enredo, ao decorrer do texto é interessante deixar fragmentos de sua personalidade e forma de pensar para que o leitor interprete.
Fazendo uma boa seleção e sabendo onde e quando colocar determinadas informações, nota-se um enriquecimento muito grande na narrativa, aproximando o leitor do contexto, isso apenas inserindo as peças certas em seus devidos lugares. Quando se pega uma obra com esse defeito, prepare-se para ler uma lista de supermercado.


05. Falta de emoção

Depois de páginas e mais páginas, tudo parece um conto de fadas, tudo perfeito, nada acontece. Bom... até nos contos de fadas há conflito, pois uma história precisa de um clímax. Essa falta de oposição é ótimo para as personagens, serão felizes e só terão que decidir entre margarina e manteiga todas as manhãs, mas para nós é péssimo. Não há necessidade de transformar o enredo em uma novela mexicana, mas uma tensão no começo despertará curiosidade nos leitores, despertando-nos o interesse em saber o que vai ocorrer na história.
Geralmente, se o começo de um livro não nos deixa inquietos, tensos, ansiosos ou no mínimo curiosos, aos poucos ele vai perdendo a credibilidade. Se é um mar de rosas sem fim, o que irei absorver dessa obra? Estimula qualquer um a largar nos primeiros parágrafos algo tão morno e equilibradíssimo, não concordam?




06. Má descrição

Quando finalmente chegamos no Sr. Clímax da história, depois de umas 100 páginas lidas, o momento exato de uma cena decisiva para a história, nos deparamos com dois parágrafos de clímax com uma descrição pobre e seca. Tem algo mais decepcionante do que o enredo te formigar para saber o desfecho e ele é super mal descrito? Eu acho que não.
 É importante o autor explorar os sentimentos de um personagem diante das situações, mostrando o que está acontecendo ao invés de apenas descrever o que está ocorrendo. Uma narrativa que não sabe aproveitar seu potencial, fará coleção de suspiros desaprovadores e decepcionados, inclusive os nossos.

07. Texto mal redigido

Conheço professores(as) de português de plantão que virariam do avesso ao encontrar erros de concordância ou digitação em um livro. Para alguns não é motivo para se largar o livro, afinal o conteúdo pode estar bem rico e intrigante, para outros é uma tortura horrenda ver a potencialidade de uma narrativa incrível estar nessas condições.
Convenhamos que frases sem concordância, parágrafos repetitivos, uso incorreto de pontuação e acentuação desviam muito a atenção da história. Eu já tive uma experiência no qual o capítulo relatava o cotidiano de uma jovem e seu pai pela manhã, desisti de ler o livro ao encontrar os mesmos diálogos, exatamente iguais em manhãs diferentes e seguidas, deixando uma lacuna e nada fazendo o menor sentido.
A história pode estar impecável, mas só será bem interpretada como tal com uma boa edição e revisão.



No geral, são esses os itens que mais atrapalham na hora de absorver o conteúdo da obra. Pelo menos são as que mais me incomodam. E então, o que vocês acharam dessas dicas? Não as tome como verdade absoluta, afinal sou apenas uma devoradora de livros exigente. Haha’

E com vocês? O que faria vocês desistirem de um livro? Compartilhe conosco nos comentários! 

Um comentário:

Josy disse...

Eu já desisti de alguns por revolta com o personagem principal. A série "Canção da Súcubo" por exemplo. Chegou num volume que fiquei tão indignada pelas atitudes da personagem principal que larguei. U_U
Quando o personagem não se ajuda, não se tem o que fazer.



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