Fábulas Ferais

em quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Autora: Ana Cristina Rodrigues
Gênero: Fantasia e ficção
Editora: Letra Impressa
Páginas: 88

Primeira leitura do ano já deixou na mente um misto de “quero saber mais” com “por favor deixa eu voltar”.

Fábulas Ferais é composto por contos que vão desenhando a origem de Shangri-la, Um lugar mágico, onde muitas espécies de povos encantados aprenderam a coexistir, e principalmente, aprenderam a se proteger.

O poder de síntese da narrativa de Ana Cristina rodrigues é uma das coisas que mais intensificam a imersão em Shangri-lá: entregar um mundo inteiro sem se perder em detalhes desinteressantes.

 E qual a melhor maneira de conhecer um lugar, se não através de seus habitantes? Em cada conto, temos um ser diferente, vendo cada passagem e paisagem. Um olhar, uma personalidade, uma aventura. Chega a ser catártico: acordar quimera, dormir lontra, aprender a voar, lutar para não derramar mais sangue. E derramar sangue para não ter mais que lutar. Parece confuso e só mesmo lendo Fábulas para entender. Leitura que aliás, dá para ser feita de um respiro só.

Fábulas Ferais possui fauna e floras únicas, ficcionais e delirantes. Me senti em casa: em parte porque deliro com frequência e em parte porque no meu coração de leitora, me encontrei em mais um universo. E a gente sabe, que, se o universo é incrível, a gente simplesmente não quer sair de lá. Cada vez mais encantada por Íbis, o homem-morcego (e não estamos falando do Batman), por Maya e por Lars. Ah, e por um certo senhor Lontrinha que é a coisa mais fofa que já vi.

Como se não bastasse o conteúdo, a edição física é um charme: feito à mão. Sério mesmo. Capa dura, papel amarelinho e apenas 300 exemplares. Numa época em que tantos lançamentos são tão lindos e cheios de paranauês gráficos que chegam a doer nos olhos, Fábulas Ferais surpreende pela simplicidade de sua produção artesanal. É daquelas coisas que a gente quer colecionar, que é gostoso de tocar.

Quando a Ana anunciou o lançamento de Fábulas para a bienal do rio em 2017, eu sabia que tinha que ir lá, agarrar o meu e nunca mais deixá-lo ir. Meu faro de leitora mais uma vez se provou certo: Fábulas Ferais abriu minhas leituras de 2018 me levando a desejar com todas as forças que o Atlas Ageográfico de Lugares Imaginários saia logo. Mas isso é outra história, né? Né.

Leitura mais do que super recomendada, para quem gosta de fantasia, descobrir novos mundos, novas maneiras de encarar ficção e para quem está afim de uma leitura rápida e de ter um exemplar lindão na estante, e bom, indico também para qualquer pessoa que goste de ler. Simples assim!

Até a próxima folks!

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