“Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai alívio ao mal que estou gemendo.
Mas ah! delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrela”
Cláudio Manuel da Costa
Crimes, corrupção e mortes suspeitas, existem
em nossa pátria amada desde sempre e esse é o tema do ultimo post dessa maratona! Apresentamos o processo de escrita
de Jean Pierre Chauvin, autor do conto "O
Assassinato de Cláudio Manuel da Costa", que trás um pouco mais da história do
Brasil para o projeto O Melhor do Crime Nacional.
O conto “O assassinato de Cláudio Manuel da Costa” foi escrito no prazo aproximado de treze horas – quase sem interrupção – precisamente no dia em que vencia o prazo para a inscrição no edital, anunciado pela Luva Editora, para integrar esta coletânea.
Talvez por pesquisar e
lecionar sobre a poesia árcade, há tempos alimentava a ideia de recontar os
lances finais do advogado e poeta luso-brasileiro Cláudio Manuel da Costa,
autor do poema épico Vila Rica, que foi encontrado morto em sua cela, na antiga
Vila Rica, capitania das Minas Gerais, em 4 de julho de 1789 – dias após ser
detido por ordem do governador, o Visconde de Barbacena, acusado de conspirar
contra os desígnios da Majestade, D. Maria I. No conto, houve algumas
adaptações, com vistas a tornar a leitura mais fluida: as ruas receberam nomes
simples e fictícios, mas correspondentes ao mapa da vila. O local da morte do
poeta também foi alterado (de acordo com seus biógrafos, Cláudio teria morrido
na antiga Casa dos Contos, e não na Cadeia, vizinha à Casa de Câmara).
Ao
priorizar diálogos entre as personagens, buscou-se conferir maior agilidade à
narrativa. O título pressupõe que esse lamentável episódio receba o nome que
diversos historiadores lhes deram (assassinato e não suicídio) – respaldados em
documentos encontrados em meados do século XX.
E deixamos vocês com um trecho do conto:
Cláudio subiu a ladeira do Sabão às 9
horas e 12 minutos. Era um dia ensolarado e sem nuvens na capital das Minas
Gerais. O poeta trocou dois dedos de prosa com o quitandeiro Luís, mas parecia
ter pressa. Ao avistar a praça da Câmara, descansou um instante e sacou da
algibeira um cantil com água ainda fresca, apesar do calor. Quando retomava a
caminhada em direção à Travessia do Ouro, foi interrogado por dois soldados da
guarda real.
- Quem vem lá?
- Cláudio Manuel da Costa,
Desembargador de...
- Sabemos quem és.
- Pois então...
- Queira nos acompanhar.
Conhecedor das leis que vigoravam no
reino, o poeta não continuou o debate. Temeroso, seguiu escoltado pelos soldados
até a cadeia, que ficava ao lado da Câmara.
(...)
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