Cemitérios de Dragões - Legado Ranger I

em quarta-feira, 18 de março de 2015



Autor: Raphael Draccon
Gênero: Ficção, fantasia
Páginas: 352
Editora: Fantástica Rocco



O que dragões, demônios, uma árvore sabichona, um patrulheiro interdimensional e cinco humanos de diferentes lugares do planeta Terra têm em comum? Um título: Cemitérios de Dragões - Legado Ranger I. Admito que fiquei com pé atrás quando comecei a ler esse livro. “Como ele vai misturar tudo isso?” — Me perguntei. E não é que, na dimensão demoníaca onde se passa a história tudo isso faz sentido?







Cemitérios de Dragões é diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido. Com conexões que a principio não fazem sentido, a história vai se construindo com a jornada de 5 humanos aparentemente perdidos numa outra dimensão, povoada por seres estranhos e dominada por demônios sádicos, estúpidos e cruéis, que claro, estão escravizando a população nativa.

Os acontecimentos sucedem-se de maneira rápida e dinâmica, a narrativa é sensorial e as cenas de luta são instigantes. E mesmo com tudo isso, cheguei num período da leitura em que a indignação subiu pela garganta e se transformou em reclamações no ouvido de minha parceira aqui no blog:

— Caramba, só tem dragão morto nessa história!
— Mas Dany, qual é o nome do livro?
— Cemitérios de Dragões!... Ah é, faz sentido.

E foi assim que me resignei e continuei a leitura, entre cadáveres de dragões, sangue e lutas. Acredite se quiser, essa dimensão tratada no livro tem até bruxas-demônio. Os personagens são cativantes e não são, nem de longe, o estereótipo de herói.  Exceto o Derek. Ele é o cara todo certinho de suas convicções, sempre pronto para lutar e com mega tino para batalhas.

Houve um momento no livro em que me senti criança novamente, vendo heróis lutarem contra demônios. E por falar em demônios, sinceramente, os achei um tanto babacas.

Nesse livro, demônios são apenas demônios e nessa palavra você pode carregar toda a conotação negativa e deturpada que esse substantivo possa ter. São demônios-demônios, nada mais. Não há um complexo emaranhado de fatores para suas atitudes-artimanhas.

A diagramação e o projeto gráfico são impecáveis, com direito a recursos visuais que ajudam a entrar no texto cada vez mais fundo. Exemplo disso é o recurso de alterar a fonte utilizada nas falas dos demônios e no dialeto utilizado na dimensão em que a história se passa.

A utilização de termos tecno-científicos  ajuda  a dar uma puta verossimilhança para o livro e há um casamento perfeito entre tecnologia avançada e povoados ignorantes no melhor estilo idade média.

Cemitérios de Dragões é uma aposta alta que incrivelmente deu certo. Ainda que eu tenha ressalvas, o livro é sim uma leitura bacana com aventura, pancadaria, tomadas de decisões que podem mudar o rumo de tudo a todo instante . Mulheres guerreiras no melhor estilo Xena tem destaque especial no livro, o que me agradou muitissimamente.

Diversão garantida com sabor de quero mais. E tem mesmo. O epílogo é de tirar o fôlego!
Terminada a leitura do livro fiquei com uma margarida nas mãos e despetalando-a, me perguntei: gostei ou não gostei?

Vamos lá, que está na hora das ressalvas:


Coisas que me deram nos nervos:

  • Pacto: Em determinada parte da história, o grupo dos cinco humanos fecha um acordo com um demônio. E me pergunto, que raio de pacto foi esse?! Não posso explicar muito, pois acabo de chegar no limite do spoiler.
  • Mihos:  Qual o papel que essa criatura tem na história toda? O achei muito... inútil e cheio de mimimi. Estou torcendo para que ele funcione melhor no próximo livro.


Coisas que aprendi com essa leitura:
Cuidado com sua obstinação. Pode haver um demônio de olho na sua alma.

Personagens:

Gostei mais de dois personagens: Daniel e Amber.
Detestei: Mihos.
Fui cativada: Por Romain (É um idiota, mas ganhou minha simpatia. Ainda não entendi o motivo.)
Admirei: Ashanti. Ela é simplesmente excepcional.
Não liguei muito: Derek, mesmo que ele seja muito importante para a história.
Não fede nem cheira: O príncipe Röga, o demônio Astaroph e a bruxa-demônio Ravenna.

Em Cemitérios de Dragões não cheguei a odiar os vilões. Eles apenas desempenham o seu papel —sendo maus porque são demônios e sendo demônios porque são maus — Não surpreendem, mas também não decepcionam.

Houve um momento do livro em que revirei os olhos com um pingue pongue entre demônios chato pra cacete, mas como o saldo do livro é bom, acabei relevando.
No final, ainda não sei se gostei ou não do livro, mas é uma leitura que empolga, uma ficção tão interessante que indico sim essa leitura para quem está afim de sair da mesmice dos livros de fantasia. ;)

Galerinha que leu o livro, vou adorar saber o que acharam! 
E quem não leu, ficou tentado? 
Contem-me tudo, escondam-me nada!

Até a próxima!



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