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O Portal

em sexta-feira, 7 de novembro de 2014


Autor: Eddie Van Feu
Gênero: Literatura Brasileira / Fantasia
Páginas: 254
Editora: Linhas Tortas

Comprei "O Portal" na última Bienal do Livro, era um livro que eu tinha curiosidade de ler a muitos anos, mas acabava deixando para depois, mas agora chegou a vez dele.
Nesta história somos apresentados a Lorena; uma moça reservada de óculos e roupas comportadas, quase uma "Betty, a feia". Ela tem um personalidade forte mas foi tantas vezes podada em suas ideias pelas pessoas proxímas que acabou por ser uma pessoa reclusa sem muita posição.
Marcel, seu primo é seu oposto, ele literalmente se acha a última bolacha do pacote, segue as normas e convenções e até no quesito romance pensa que tudo segue um caminho lógico e não se deixa levar pelos sentimentos.
Marcos é o bobo do time, não tem outra palavra para descreve-lo, ele é o cara que faz as piadas sem graça, sonha alto e dá uma cor mais alegre a este time de amigos desajustados.
Um dia quando estão fazendo um trabalho da faculdade sobre um livro que Marcel lhes emprestou eles conhecem a história de Urbain Grandier, um padre conquistador da idade média. Sim, conquistador. Grandier era um pároco tão bom quanto era um sedutor das paroquianas. Por conta disto e de sua personalidade egocêntrica acaba por atrair diversos inimigos que querem destrúi-lo.
Ai vocês perguntam: aonde está o portal? 
Um dia Marcos chega com a história de um portal perto de uma cachoeira em um bosque e convence todos a acompanha-lo nesta viagem para outra dimensão, céticos os demais vão com ele.
E qual a surpresa quando eles atravessam o tal portal e acabam por parar na França e justo no vilarejo de Grandier há poucos dias de sua execução. Sim, porque os inimigos de Grandier decidem se livrar dele pelo modo mais prático da idade média: Fogueira por bruxaria.
Nesta parte chegamos num impasse: os amigos podem voltar pelo portal para seu tempo sem interferir no curso da história ou eles podem tentar salvar o tal padre que descobrem que longe de ser um herói é muito irritante e convencido. 
Para saber o que acontece em seguida recomendo que vocês leiam "O Portal", o livro é uma boa aventura, devo ressaltar no entanto que a aventura só começa depois do portal mesmo. Antes a história se arrasta pela vida pacata dos amigos e francamente eu quase desisti nesta parte. Mas persisti e depois de cruzar o portal a ação e a aventura valem a pena. 
Outra coisa que me incomodou foi a falta de um epílogo ao final, creio que gostaria de saber o que aconteceu depois e como os amigos se adaptaram a sua realidade cotidiana de faculdade e aulas após aventuras em um lugar tão diferente. 
É divertido ver ao longo do livro como os protagonistas se adaptam a idade média e como as pessoas da idade média encaram as maluquices dos protagonistas do futuro.  O livro faz com que o leitor sonhe, mas não apenas isto, ele nos faz refletir sobre a natureza humana das pessoas e refletir sobre como os pequenos atos podem acabar por interferir nos sentimentos de outras pessoas e como nossas escolhas podem mudar tudo se quisermos verdadeiramente e que sempre a uma segunda chance para quem quiser melhorar.

Kaori – Perfume de Vampira

em sexta-feira, 3 de outubro de 2014




 Kaori: Perfume de Vampira
Autor: Giulia Moon
Gênero: Literatura Brasileira / Suspense
Páginas: 376 
Eu poderia dizer que Kaori é uma história de vampiros. E seria um resumo muito vago.
Kaori é uma vampira oriental originada no Japão feudal e que, depois de idas e vindas, se instalou aqui no Brasil. Às vezes em São Paulo, outras vezes no Rio de Janeiro. Claro que nessa longa vida de mais de trezentos anos ela teve muitas aventuras, fez amigos e inimigos e transformou-se nessa personagem cativante, nessa mistura de mulher e menina, de vilã e mocinha, que no final segue apenas o que lhe rege o coração. Ou o que um vampiro tiver no lugar de um. Você entendeu.
Kaori – Perfume de vampira se concentra na história de Kaori (dããr) e longe de ser um romance piegas, temos os confrontos vampíricos modernos, explorados em cenários familiares (como o metrô SP por exemplo). E mais uma vez Giulia Moon faz aquela manipulação da realidade (aquela que faz de cada obra única!) E tudo o que há na história parece perigosamente próximo, excitantemente real! E é aí que encontramos o IBEFF –Instituto Brasileiro de Estudo de Fenômenos Fantásticos e seus funcionários, os olheiros de vampiros. Uma nova fauna noturna foi criada, com direito a cães enormes que se alimentam dos corpos deixados pelos sugadores de sangue. Então, como eu disse lá no começo, resumir Kaori- perfume de vampira como uma simples história de vampiros, deixaria muitíssimo a desejar e você jamais saberia o quão inquietante esta leitura pode ser, com seus jogos de sedução, suas vinganças, tristezas, aventuras, dores e mistério.
Convido-lhe a ler esse livro e viajar no novo mundo fantástico, onde os vampiros são só a pontinha da cortina!
Meu caso com Kaori é longo...  E com uma vampira oriental com mais de trezentos anos, o que poderia ser breve? A primeira vez que me encantei com ela, foi numa antologia de contos chamada “Amor Vampiro”. E depois, quando me deparei com um livro só dela senti um arrepio! Com certeza algo no mínimo incrível estaria por trás daquela capa maravilhosa! E foi assim que me envolvi com Kaori e seu livro 1- Perfume de Vampira. Lembro-me de ter ficado extasiada, falava do livro para todo mundo e tenho um pouco de pena dos meus amigos de RPG na época, que eram obrigados a me ouvir falar das aventuras da vampira destemida e sensual antes de começarmos as partidas! Bom, naquela época eu ainda não fazia resenhas, mas já aporrinhava muita gente falando sobre o que eu lia!
E se passaram quatro anos. Eis que, olhando para minha prateleira cheia de livros
Tive uma peluda companhia durante a segunda leitura!
ainda não lidos, aquela lombada preta com ideograma vermelho despontou no meio de todos os outros. Era Kaori pedindo atenção mais uma vez. Num gesto quase hipnótico peguei o livro, me joguei na cama e tornei a viajar pelo antiquíssimo Japão feudal, entrecortado pelas cenas intrigantes da parte mais recente da história. E me vi novamente, encantada com os personagens, com a riqueza de detalhes, com o trabalho esmerado de pesquisa, com as cenas de ação, com as incertezas que levam os personagens a tomarem suas atitudes, muitas vezes inesperadas. Kaori é simplesmente viciante! Tanto quanto seu perfume. Um perfume mental, uma leitura que nos deixa marcas. E que nos deixa exigentes e com saudades. Exigentes pois, ao ler algo tão maravilhosamente trabalhado qualquer outro livro de vampiros deve estar a altura. E saudosos pela adrenalina que nos impulsiona a cada página e desvanece quando terminamos a leitura...
Reler Kaori foi como reencontrar alguém de quem gostamos muito, uma amante, um amigo, um lugar. E só o que tenho a dizer a respeito desse reencontro é que ele foi tão ou mais mágico quanto na primeira vez. É fato indiscutível que nunca estamos preparados para todas as emoções e conflitos que este livro nos é capaz de mostrar. E por mais que leiamos e releiamos, sempre seremos acorçoados por uma nova sensação que deixamos passar na leitura anterior. É como um filme cheio de pequenos detalhes que precisam ser descortinados em mais de uma sessão.

Leitura mega recomendadíssima. Sem mais. 

Terminando esse post eis que encontro esse vídeo fresquinho onde a própria Giulia Moon Conta sobre sua história e seu processo de criação!





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