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Acordei e senti o dia entrando
nos meus olhos através das lentes dos óculos escuros. Erébia dirigia e percebi que estávamos na rua
da minha casa.
— Bom dia. — balbuciei ainda
sonolenta.
— Bom dia, Liz. — Por que senti
uma coisa estranha na voz dela?
— Qual a programação para hoje?
— Nos livrarmos das suas coisas.
— Quê?
Erébia estacionou e entramos na
casa. Roxy nos encarou do seu canto no apoio do sofá. Não sei se é por que eu
tinha acabado de acordar, mas uma sensação de que aquela casa não me pertencia
mais, era bem estranha. Parecia que eu tinha estado ali há muito, muito tempo
atrás.
Subimos e Erébia começou a
arrumar as malas.
— Quais as roupas que mais gosta?
— Ela perguntou.
Depois de guardar a mala no
carro, Erébia descarregou quatro galões enormes de gasolina e começou a
espalhar por toda a casa. Roxy correu para fora e eu tentava assimilar o que
estava acontecendo.
Minha mente flutuava, era difícil
focar, estabelecer prioridades, entender o que estava havendo. Então lá do
fundo emergiu uma lembrança tão luminosa quanto a chama do fósforo que estava
aceso em minha mão. Uma certeza que as coisas não estavam como deviam ser.