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—
E então, vai me contar hoje? — Perguntou Lorena, indo direto ao assunto.
—
Ora pois, contar o quê? — Ele sabia muito bem sobre o que a moça estava falando.
Lorena tinha aquela curiosidade mórbida. Desconcertante.
—
Ah, por favor. Quantas vezes vou ter que vir aqui, para satisfazer minha curiosidade?
Acho que não me responde só pra ver se eu volto.
Ele
riu alto. Lorena era engraçada, precisava admitir. De alguma maneira sabia — ou
imaginava — que ela estava fazendo biquinho, fingindo-se amuada.
—
Acho que está dando certo. — respondeu o tecelão, cruzando os braços. — Você
sempre volta, não é? Sou cego, mas não sou burro, garota. Sei que gosta de
conversar comigo, afinal, que te importa como perdi a visão?
—
Ahá! “perdeu a visão”, hein? Ótimo, agora sei, pelo menos, que não nasceu cego.
Já que tivemos esse avanço, por que não me conta como aconteceu?